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Ao projetar experiências de aprendizagem, você enfrenta uma dura realidade. Muitos colaboradores participarão porque são obrigados. As estratégias de storytelling podem aumentar a motivação se você souber qual delas usar. Neste artigo, você aprenderá quando usar narrativas lineares ou interativas.

O poder do storytelling para treinamento virtual

Em geral, os colaboradores interagem com o conteúdo do treinamento por obrigação. Seja para ganhar um bônus ou evitar repreensões em sua avaliação trimestral de desempenho, a aprendizagem organizacional é impulsionada por motivações extrínsecas. Em outras palavras, fatores externos como ganhar um prêmio ou evitar punições.

Os melhores designers de treinamento virtual estão cientes dessa realidade. Por isso buscam estratégias para despertar a motivação intrínseca. Por exemplo, eles criam experiências que fazem os colaboradores se sentirem capazes e lhes dão satisfação pessoal, como ensiná-los a fazer uma tarefa que antes não conseguiam fazer ou despertar um interesse genuíno pelo conteúdo. É por isso que eles optam pela arte de contar histórias, ou storytelling.

Como seres humanos, temos um interesse natural por histórias. Para começar, adoramos desvendar mistérios, e uma história é justamente um mistério com três partes: começo, meio e fim. Enquanto ouvimos o que acontece, simultaneamente imaginamos os resultados possíveis. A necessidade inerente de fazer previsões sobre o que vai acontecer mantém o ouvinte engajado na história e, no caso do treinamento virtual, mantém o interesse do trabalhador no treinamento.

Em segundo lugar, as histórias evocam familiaridade, o que é crucial para aprender algo novo. O ambiente de uma história utiliza referências culturais, como costumes, expressões e gestos. Essas informações já familiares ajudam a criar conexões com as novas informações. Como resultado, memorizar e compreender novos conceitos torna-se mais fácil. No treinamento, a familiaridade com uma história ambientada no contexto de trabalho auxilia na retenção de novas informações e sua aplicação.

Em terceiro lugar, as histórias evocam emoções que ajudam novas ideias a deixar uma marca profunda em nossas mentes. Esse tipo de retenção é vital para o aprendizado. Assim, uma história pode genuinamente motivar um colaborador que se sente obrigado a participar de um treinamento corporativo.

Não é incrível? Como designer de experiências de treinamento, você certamente achará isso fascinante. O desafio surge quando você tem que escolher qual estratégia usar, seja narrativa linear ou narrativa interativa.

O básico do storytelling linear e interativo que você precisa saber

Independente do motivo pelo qual você está procurando um desses tipos de storytelling, é importante lembrar que, na educação para adultos, cada estratégia é melhor aproveitada em problemas específicos.

Primeiro, lembre-se de que ambos incluem os elementos básicos de qualquer história. Isso envolve personagens que desejam alcançar algo em um cenário específico. Depois de superar um ou mais obstáculos, eles aprendem algo sobre si mesmos.

Para decidir quando uma estratégia funciona melhor que a outra, comece identificando o tipo de desafio de treinamento que você está enfrentando. Em seguida, familiarize-se com os pontos fortes e as limitações de cada estratégia. Por fim, informe e eduque os stakeholders de sua equipe sobre eles.

Dessa forma, os esforços para projetar experiências de aprendizado se concentrarão em abordar as lacunas de aprendizado dos colaboradores, em vez de incluir uma estratégia só porque ela parece inovadora.

Quando usar o storytelling linear

Contar uma história linearmente significa que ela progride em ordem cronológica, ou seja, na ordem em que os eventos ocorrem. Nessa ordem, há um início que apresenta os personagens, seu cotidiano e o que buscam; um meio que revela os obstáculos que os impedem de obter o que desejam; e um final único que mostra a superação de obstáculos e o aprendizado adquirido.

Exemplos de histórias famosas usando narrativa linear incluem filmes como os da franquia Jurassic Park e Toy Story (1995) ou um livro de romance como A Estrada de Cormac McCarthy (2006).

Créditos: elearningIndustry

No caso da aprendizagem, um professor pode usar a história de Romeu e Julieta para ensinar os alunos sobre o tema do amor. No treinamento corporativo, a narrativa linear é usada com uma abordagem baseada em casos e narração, conforme mostrado neste exemplo de um eLearning. A abordagem linear funciona bem para desafios de aprendizagem em que:

  • As informações a serem transmitidas são explícitas. Em outras palavras, respostas corretas, procedimentos, etapas específicas e regras podem ser claramente identificados.
  • Os colaboradores precisam seguir etapas e regras específicas para evitar situações indesejáveis ou perigosas e tomar decisões informadas no local de trabalho.
  • A ordem cronológica permite que os colaboradores processem facilmente as informações.
  • A estrutura narrativa os ajuda a focar nas consequências desejadas e indesejadas. Como resultado, a história serve de modelo para os colaboradores aprenderem o que fazer ou não fazer em determinada situação.

Além disso, uma das principais vantagens do storytelling linear está relacionada aos cronogramas de produção dos programas de treinamento que fazem uso dela. Como não é necessário acesso constante a Especialistas no Assunto para definir a história, uma vez que ela tem apenas um final, poucos recursos são necessários. Portanto, são mais rápidos de produzir e ideais quando há um prazo apertado entre a produção e a implementação.

Por outro lado, quando se trata de limitações, o storytelling linear fica aquém de certos desafios de treinamento. Imagine que em uma central de atendimento você precise treinar um agente sobre como ter empatia com usuários desorientados. Além disso, suponha que, para uma empresa de software, você precise treinar seus vendedores para identificar sinais verbais e gestuais de quando oferecer um produto premium.

No primeiro caso, como expor o agente às diferentes reações que um usuário real poderia ter? Como você os prepara para lidar com várias emoções do usuário? Você acha que uma história contada linearmente é suficiente? Agora, considere o segundo caso. Como você ensina o vendedor sobre os múltiplos sinais que podem aparecer em uma conversa com um potencial comprador? Uma história linear parece limitada porque muitas nuances serão deixadas de fora.

Portanto, quando as lacunas de treinamento envolvem processos em que uma única resposta correta não pode ser definida e existem várias zonas cinzentas na tomada de decisões e na hora de agir, o storytelling interativo é a melhor opção.

O que você precisa saber sobre storytelling interativo

Contar uma história interativamente significa que o aluno pode intervir na evolução da história. Essa narrativa eleva a cronologia de um conto a outro patamar, pois, após o início, o meio se desenrola com múltiplas opções ou ramificações narrativas, levando a diversos finais.

Na cultura popular, um dos exemplos mais conhecidos é “Bandersnatch”, um episódio da série Black Mirror da Netflix. Nesta experiência interativa, os usuários podem escolher diferentes caminhos de história com base nas opções que selecionarem.

Créditos: elearningIndustry

No mundo do treinamento virtual, os projetos que incluem narrativas interativas geralmente têm uma abordagem baseada em cenários. Um exemplo divertido e criativo é o “Broken Co-worker”, de Ryan Martin.

Essas histórias funcionam tão bem porque a narrativa interativa é a melhor para treinar desafios envolvendo contextos emocionais complexos. O principal critério para escolher essa abordagem é que você precisa que o aluno experimente as consequências de suas decisões de aprender e praticar habilidades que levam mais tempo para serem adquiridas. Aqui estão outros momentos em que optar por essa estratégia para projetar treinamento virtual realmente ajuda os colaboradores:

  • A interação com a história e seus personagens serve como um recurso para errar, se recuperar do fracasso e continuar tentando.
  • O usuário precisa da experiência para agir e ver as consequências de suas decisões em um espaço seguro.

Julie Dirksen, em seu livro Design for How People Learn, define o contexto emocional como um dos aspectos mais desafiadores do design de aprendizagem. Ela dá um exemplo em que uma pessoa concluiu um curso sobre os princípios de dar feedback e, na hora de dar este feedback, mesmo tendo toda essa informação, não sabe como usá-la com alguém de mau humor e irritável.

Segundo ela, a pessoa pode saber o que fazer e dizer, mas não faz nada do que aprendeu no treinamento ao vivenciar a situação, porque não foi treinada para lidar com um contexto emocionalmente estressante. Essas lacunas são uma oportunidade para o storytelling interativo brilhar.

Seus benefícios estão relacionados ao contexto emocional que pode ser recriado no treinamento virtual. Como o usuário pode influenciar os resultados da história, gera uma sensação única de poder para agir e intervir. Com isso, a ligação emocional com o treinamento torna-se mais complexa por ele se parecer mais com o que os colaboradores vivenciam na realidade.

Essa complexidade inclui sentir simpatia por meio do interesse nas emoções dos personagens da história, com quem eles se identificam. E também sentir empatia ao vivenciar as consequências de suas decisões cada vez que escolhem um determinado caminho narrativo e chegam a um determinado final.

Essa capacidade de atuar dentro da história impacta positivamente no interesse do colaborador pelo treinamento, despertando motivação genuína (desde que a qualidade do conteúdo, da avaliação e de outros elementos de design também seja alta).

No caso das limitações dessa estratégia, ao contrário do storytelling linear, a estratégia interativa requer tempos de produção mais longos. Portanto, é uma opção viável se houver uma janela flexível e ampla entre os tempos de produção e a data de lançamento e implementação. Embora isso possa ser considerado um defeito, também deve ser analisado à luz da economia promovida pelo uso desse treinamento no lugar de atividades presenciais, que muitas vezes envolvem custos mais elevados.

Conclusões

Então, com qual lacuna de treinamento você está lidando e qual tipo de storytelling é adequado para você? Lembre-se destes itens principais:

  • O storytelling no treinamento virtual é uma ferramenta poderosa para engajar os alunos e estimular a motivação intrínseca.
  • As histórias evocam familiaridade, facilitando a conexão de novas informações com o conhecimento existente e aprimorando a memorização e a compreensão.
  • O storrytelling linear é eficaz ao transmitir informações explícitas, etapas específicas e regras em cenários de treinamento em que a ordem cronológica ajuda na compreensão; enquanto o storytelling interativo é benéfico para desafios de treinamento envolvendo situações complexas, múltiplas opções e interações personalizadas, permitindo que os alunos façam escolhas e experimentem as consequências de suas decisões.
  • O contexto emocional desempenha um papel crucial na aprendizagem eficaz, e o storytelling interativo é capaz de recriar experiências emocionais, permitindo que os alunos pratiquem habilidades em situações emocionalmente estressantes.
  • Ao escolher entre storytelling linear e interativo, é importante considerar o desafio específico do treinamento, os pontos fortes e as limitações de cada abordagem e informar quem tomará a decisão sobre os fatores que influenciam a escolha.

Fonte: https://elearningindustry.com/linear-or-interactive-storytelling-when-to-use-each-in-virtual-training Para diminuir a distância entre a sua gestão e os seus resultados efetivos, a Raleduc oferece serviços para EAD que se diferenciam pela qualidade de seus conteúdos, pela eficiência das metodologias de ensino, pelo uso de tecnologias modernas de aplicação e monitoramento, pela criatividade gráfico-editorial e pela economicidade de tempo e operacionalidade.

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