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Estamos trazendo mais uma entrevista riquíssima. Desta vez com o mestre Fellipe Zaremba e o tema escolhido é: “como é vista a EaD na atualidade?“.

Leia também: Ensino a Distância x Ensino Presencial

Já abordamos em vários artigos os benefícios que a EaD pode trazer para as mais diversas áreas, porém, será que a EaD é bem vista? Será que essa modalidade, hoje tão amplamente desenvolvida, continua sofrendo algum tipo de preconceito? Será que o aluno a distância consegue o mesmo aproveitamento? Vamos compreender melhor o assunto, confira a entrevista com o Fellipe!

Aprecie sem moderação! ?

1 – Quem é o profissional Fellipe Zaremba?

Paulista, 34 anos e casado. Torcedor do São Paulo Futebol Clube (podemos começar com algo descolado? Rs ). Mestre em Educação, Pedagogo, filósofo e Historiador. Possui mais de 12 anos de experiência na área educacional, onde atuou como professor, coordenador pedagógico de polos, coordenador de Graduação e Pós-graduação. É associado a ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância desde 2013. Atuou em empresas como FMU, TV Cultura, Editora Construir, EAD Laureate e Universidade Anhembi Morumbi. Atualmente é Head de Pós-graduação e Extensão EAD na Unicesumar – Maringá-PR.

 

2 – Um aluno de um curso EaD consegue ter o mesmo aproveitamento de um aluno que faz o mesmo curso presencial? Por quê?

Com certeza! Resiliência, inovação, responsabilidade, autonomia, comunicação digital e liderança. Essas são algumas das competências que as organizações atuais desejam encontrar nos profissionais qualificados (recém-formados, também). Esses comportamentos são percebidos nos estudantes que optaram pela educação à distância. Os cursos EAD e presenciais possuem as mesmas exigências, incluindo as cargas horárias, participação e disciplinas obrigatórias. Aliás, tudo é regulado pelo MEC (Ministério da Educação) e pelas instituições competentes. De acordo com o censo realizado e publicado pela ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), as instituições que oferecem especialização Latu-Sensu a distância concordam que essa modalidade de ensino exige constante inovação, abordagens pedagógicas mais eficientes e estudantes mais comprometidos. O senso também confirma que os indicadores de qualidade nacionais e internacionais comprovam que a educação a distância não interfere na qualidade do ensino oferecido. A modalidade está crescendo e os números confirmam os argumentos.

 

3 – O mercado de trabalho trata com igualdade os alunos que concluem cursos à distância e presencial? Ou existe preconceito?

O preconceito ficou no passado e as conquistas do presente falam por si só. O nível de aceitação é elevado e vale lembrar que muitas empresas também utilizam plataformas e ferramentas de aprendizado on-line para realizar seus treinamentos, projetos de capacitação e formação de líderes. A EAD possui um potencial significativo para disseminar conhecimento e isso é fundamental para construirmos uma sociedade mais justa, feliz e colaborativa. Organizações e pessoas interessadas no esclarecimento de dúvidas legais, pedagógicas e técnicas podem procurar a ABED Associação Brasileira de Educação a Distância. Existe, ainda falando da ABED, um rico acervo que evidencia com muita força a eficiência desta modalidade: Congressos internacionais promovidos pela ABED, área jurídica e produção científica.

 

4 – Qual a maior inovação que você já viu na EAD?

O conceito de inovação pode ser bastante variado, dependendo, principalmente, da sua aplicação ou do contexto. De forma resumida, acredito que inovação é a exploração com sucesso de novas ideias ou a combinação de novas ideias com paradigmas. Participei da implantação da “sala de aula invertida” (Flipped Classroom, em inglês) nos cursos de Pós-graduação EAD de Educação e Saúde da Universidade Anhembi Morumbi em 2014. Esta metodologia que propõe a inversão do modelo de ensino é um exemplo bacana para esse “encontro” (combinação de novas ideias com paradigmas). A aprendizagem, nesta metodologia, é, e deve ser, resultante de um processo interativo que parte da dúvida, principio gerador do conhecimento. O aluno, nesta metodologia, é o protagonista, pesquisador e o professor é o orientador, que propõem desafios e interações. A inovação aqui consiste na convergência do Flipped Classroom com as Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC. Essa convergência, de um lado, revisita paradigmas lançados no passado por grandes filósofos, tais como Sócrates, que segundo Platão, estabeleceu a dúvida, como princípio gerador da sabedoria ou mais presente Paulo Freire e a pedagogia da Autonomia. Por outro lado, a combinação destas referencias com as tecnologias de comunicação e informação disponíveis no mercado possibilitam oferta de aulas mais interessantes, alunos mais ativos e professores mais engajados. Vale ressaltar que escalabilidade, acessibilidade, peer instruction, capacitação do corpo docente e tutorial, design universal de aprendizagem ainda são princípios para uma oferta de EAD de qualidade.

 

5 – Como você enxerga o ensino superior a distância hoje no Brasil?

EAD é realidade, aprendizagem significativa e inclusão. Resultados do ENADE, pesquisas de satisfação e indicadores produzidos pela Associação Brasileira de Educação a Distância falam por si. O ensino a distância (EAD) é a modalidade de ensino que mais cresce no Brasil. Segundo o Censo EAD ABED, Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil 2016, o ensino superior a distância (EAD) já representa 22% da educação superior no País. Entre 2009 e 2016, a expansão do EAD chegou a 171% nas instituições privadas e 12% nas públicas. Flexibilidade, metodologias ativas, tecnologia para colaborar, network, corpo docente qualificado, estudantes ativos com aprendizagem significativa e criativa são princípios que contribuem para esse resultado. E vai crescer ainda mais, pois o que observamos, nos relatórios governamentais, Congresso Internacional ABED de Educação a Distância 2017 e Seminário Nacional de Educação a Distância 2018 é uma tendência real de crescimento. Três fatores explicam este crescimento: primeiro, muitas instituições ainda não possuem a permissão para ofertar cursos a distância no Brasil, segundo, existe uma demanda de estudantes e terceiro e não menos importante o novo marco regulatório da EAD.

 

6 – Qual sua opinião sobre o uso da Inteligência Artificial na EAD?

Sempre bem-vinda! Aprender pode e ‘deve’ ser criativo, divertido e prazeroso. Certo? Sempre é bom lembrar: “Os seres humanos são estratégicos e criativos. As máquinas são táticas”. Adotar novas tecnologias é um processo emocional… Requer imaginação, análise criativa, colaboração e pensamento estratégico. O ideal é combinar interação humana à tecnológica (na sala de aula) e assim identificar oportunidades e necessidades. O professor não pode e não poderá ser substituído. Observo que este tema já possui experimentos globais e estar presente na EAD, inclusive foi discutido amplamente nos dois últimos congressos internacionais da ABED. Aproveito para indicar a leitura do artigo “O futuro do trabalho humano é a imaginação, a criatividade e a estratégia” do professor Joseph Pistrui é professor de gestão empresarial da IE Business School, em Madri (Disponível na versão digital da Harvard Business Review. Ele também lidera o projeto global Nextsensing. Por fim, inteligência artificial deve ser utilizada para facilitar a aprendizagem e combinar oportunidades pedagógicas com relatórios analíticos. A AI só não pode privar nossa escolhas e limitar aquilo que consideramos precioso: nossa liberdade.

 

7 – Como você imagina o ensino superior a distância daqui 10 anos?

Divertida, mais flexível e cada vez mais presente. Você já ouviu falar em Educação 4.0? As tecnologias de informação e comunicação estarão muito mais presentes no dia a dia dos alunos, conectados a um smartphone. Aliás, nos próximos dez anos, materiais instrucionais, sobreviverão, se forem responsivos. O EAD também estará mais presente nos cursos in company de organizações empresariais e nas universidades veremos inovações na oferta de modelos híbridos (combinação de presencial e online) com currículos flexíveis. Esta ideia repousa no currículo por competência e trilha de formação (oportunidade do estudante construir sua formação).

 

8 – Conte-nos quem é Fellipe Zaremba quando não está no trabalho?

Observador, comunicativo, avaliador e incentivador. Quando estou no trabalho procuro liderar. Acredito que um bom líder é aquele que consegue, num ambiente de gestão colaborativa, bons resultados, por meio do desempenho de sua equipe, incentivando o crescimento, o empreendedorismo, a inovação e a preservação da harmonia e o bem-estar do grupo. Reconhecer e registrar feedbacks é fundamental. A resiliência é uma parceira bem-vinda e felizmente, ainda que o profissional não tenha tais habilidades, acredito que podemos aprender a ser resiliente. Desejo, com o meu trabalho, encontrar na equipe que administro padrões de inovação e para isso é fundamental o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes. Sempre é possível fazer mais e melhor. Afinal de contas, todo colaborador deseja trabalhar num ambiente limpo, criativo, seguro e humanizado.

 

9 – E para finalizar, você poderia nos dar uma dica de leitura?

Recomendo a leitura dos livros:

Pedagogia da Dúvida, do professor Janes Fidélis Tomelin e Educar na Era Digital: ensino e aprendizagem de A.W (Tony) Bates.

Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta e a Distância – ABED, disponível em www.abed.org.br, MORAN, J. M. Mudando a educação com metodologias ativas. In: Coleção Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Vol. II. SOUZA, C. A.; MORALES, O. E. T. (orgs.). PG: Foca Foto-PROEX/UEPG, 2015.

MORAN, J. M.. Novas Tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2000.

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Agradecemos imensamente por essa entrevista sensacional Fellipe! Que venham muitas outras!

E você leitor? Acredita que as tecnologias educacionais podem transformar a gestão e desenvolvimento de pessoas?

Para diminuir a distância entre a sua gestão e os seus resultados efetivos, a Raleduc oferece recursos com serviços para EAD que se diferenciam pela qualidade de seus conteúdos, pela eficiência das metodologias de ensino, pelo uso de tecnologias modernas de aplicação e monitoramento, pela criatividade gráfico-editorial e pela economicidade de tempo e operacionalidade. Diante do exposto, caso queira saber como ajudamos as organizações: ASSEFAZ, TCE-RJ, HCPA, UFRGS, INFRAERO, SEST SENAT e SEBRAE Nacional, entre em contato e fale com um de nossos especialistas.

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