O surto de coronavírus que se originou em Wuhan, na China, se espalhou para pelo menos 65 países e afetou mais de 89.000 pessoas, com mais de 3.000 mortes. Os governos fecharam fronteiras e impuseram quarentenas, e as empresas impuseram proibições de viagem. Os impactos humanos e econômicos nas empresas foram fortes.
Essa epidemia é um alerta para as empresas revisarem cuidadosamente as estratégias, políticas e procedimentos que possuem para proteger trabalhadores, clientes e operações nesta e em futuras epidemias.
Aqui estão oito perguntas que as empresas devem fazer enquanto se preparam para – e respondem à – disseminação do vírus:
Pensa-se que o coronavírus que causa o Covid-19 (como a doença é chamada) se espalha amplamente através das gotículas respiratórias da tosse e espirros, e parece se espalhar facilmente. Também pode ser possível infectar-se tocando uma superfície ou objeto contaminado e, em seguida, tocando o nariz ou a boca.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças aconselham que os funcionários:
Acrescentamos que é sensato evitar apertar as mãos para reduzir o risco de propagação da infecção. Embora isso possa parecer estranho às vezes, é uma prática cada vez mais comum em hospitais e clínicas.
Como a lavagem das mãos é uma das defesas mais eficazes, os empregadores precisam garantir que os colaboradores tenham acesso imediato às instalações de lavagem e que sejam mantidas bem abastecidas com sabão e (idealmente) toalhas de papel; existem evidências de que a secagem com toalhas de papel é menos propensa a espalhar vírus do que os secadores a jato.
Desinfetantes para as mãos e lenços higienizantes à base de álcool devem ser distribuídos por todo o local de trabalho, e todas as superfícies tocadas com frequência, como estações de trabalho, bancadas e maçanetas, devem ser limpas rotineiramente. O aumento da limpeza de áreas comuns usando agentes de limpeza padrão também pode reduzir o risco de propagação de doenças respiratórias.
A menos que estejam prestando assistência médica, não há necessidade de as organizações armazenarem máscaras faciais, pois elas são escassas e o CDC não recomenda seu uso por pessoas saudáveis para se proteger contra infecções.
Uma pesquisa realizada recentemente pela Willis Towers Watson com 158 empregadores em todo o mundo, mais da metade deles de empresas multinacionais, descobriu que a maioria está implementando uma série de ações para proteger os colaboradores.
Como era de se esperar, a China está à frente nisso. Quase 90% das empresas pesquisadas no país aumentaram o acesso dos trabalhadores a desinfetantes para as mãos e mais de 80% aumentaram as comunicações de saúde pública (como pôsteres sobre prevenção da propagação) e estão direcionando os colaboradores a trabalharem em casa, se puderem.
Na América do Norte, onde o Covid-19 está apenas começando a surgir, as empresas estão sendo proativas: 70% já têm ou planejam aumentar as comunicações e mais da metade tem ou planeja aumentar o acesso a desinfetantes para as mãos.
Conforme discutido, os colaboradores devem ficar em casa ou ir para casa se tiverem sintomas de infecção por coronavírus. Porém, colaboradores dedicados costumam resistir a tirar dias de folga e ,ao invés disso, se arrastam para o trabalho onde podem infectar outras pessoas.
Dada a ameaça que essa epidemia representa, os gerentes não devem hesitar em enviar trabalhadores que apresentem sintomas do Covid-19 para casa.
Da mesma forma, os colaboradores ou visitantes sintomáticos ou de alto risco para o Covid-19 devem ser mantidos separados dos outros colaboradores e auxiliados nas providências para deixar o local de trabalho e obter avaliação médica, minimizando sua exposição pública.
Por exemplo, eles devem evitar locais públicos e transporte público e, idealmente, devem ficar a um metro e meio de distância dos outros, a menos que estejam usando uma máscara.
Se o Covid-19 se espalhar pela comunidade, as empresas podem verificar as temperaturas usando scanners térmicos de mão e considerar excluir trabalhadores ou visitantes com temperaturas acima de 38 °C.
A temperatura não é uma maneira excepcionalmente precisa de avaliar os riscos, já que alguns com o coronavírus poderão transmiti-lo, mas não terão febre, e outros terão temperaturas mais altas não relacionadas a esse vírus. Assim, uma temperatura elevada em combinação com sintomas respiratórios é o melhor indicador de possível infecção.
As organizações de saúde pública recomendam que as empresas impeçam trabalhadores ou visitantes de irem ao local de trabalho por um período de 14 dias após uma exposição “média” ou “de alto risco” ao vírus – geralmente significando ter estado em contato próximo com alguém infectado ou que viajou para uma região de alto risco.
Quarenta e três por cento dos empregadores norte-americanos em nossa pesquisa disseram que agora proíbem trabalhadores ou visitantes que viajaram recentemente para a China por um período de 14 dias após o retorno. As visitas ou o retorno ao local de trabalho podem retomar após 14 dias, se nenhum sintoma surgir.
A probabilidade de um número crescente de colaboradores não poder mais trabalhar porque estão doentes ou devem cuidar de outras pessoas significa que as empresas devem rever suas políticas de folga remunerada e licença médica agora.
Políticas que dão aos funcionários a confiança de que eles não serão penalizados e podem se dar ao luxo de tirar uma licença médica são uma ferramenta importante para incentivar a auto-denúncia e reduzir a exposição potencial.
Nossa pesquisa de empregadores constatou que quase 40% dos empregadores têm ou planejam esclarecer sua política de pagamento se os locais de trabalho estiverem fechados ou os empregados forem dispensados.
Embora poucas empresas fora da Ásia tenham fechado locais de trabalho por causa da epidemia, cerca de metade das empresas chinesas pesquisadas os fecharam pelo menos temporariamente. Esses fechamentos provavelmente se tornarão mais comuns fora da Ásia, se a epidemia continuar em seu curso atual.
A maioria das empresas tratará o Covid-19 em suas políticas como qualquer outra doença, e a licença médica ou o seguro de invalidez de curto prazo seriam aplicáveis.
No entanto, a exclusão do local de trabalho pode não ser coberta pelas políticas de incapacidade e a ausência prolongada pode durar mais tempo do que a licença médica disponível.
Nossa pesquisa constatou que mais de 90% dos empregadores na China pagavam seus trabalhadores integralmente e mantinham todos os benefícios durante as folgas.
As empresas devem promulgar políticas claras sobre isso e comunicá-las aos colaboradores. A maioria desejará oferecer proteção à sua força de trabalho na medida em que isso seja financeiramente viável.
Embora muitos empregos (varejo, manufatura, assistência médica) exijam a presença física de pessoas, o trabalho, incluindo reuniões, que pode ser realizado remotamente, deve ser incentivado se ir ao trabalho ou viajar criam risco de exposição ao vírus.
A videoconferência, por exemplo, é uma boa alternativa para reuniões cara a cara arriscadas. Quase 60% dos empregadores pesquisados indicaram que aumentaram a flexibilidade dos colaboradores para trabalho remoto (46%) ou planejam fazê-lo(13%).
Rumores perigosos e medos dos trabalhadores podem se espalhar tão rapidamente quanto um vírus.
É imperativo que as empresas possam alcançar todos os trabalhadores, incluindo aqueles que não estão no local de trabalho, com atualizações factuais regulares, coordenadas internamente, sobre controle de infecções, sintomas e política da empresa em relação ao trabalho remoto e circunstâncias em que os colaboradores podem ser excluídos ou permitidos a retornar ao local de trabalho.
Essas comunicações devem vir ou ser examinadas pela equipe de resposta a emergências e devem ser cuidadosamente coordenadas para evitar que políticas inconsistentes sejam comunicadas por diferentes gerentes ou funções
Claramente, isso exige que as organizações mantenham informações atuais de contato por telefone/texto e e-mail para todos os colaboradores e testem a comunicação em toda a organização periodicamente. Se você ainda não tem um recurso de contato universal e atual, agora é uma boa hora para criar isso.
Sessenta e cinco por cento das empresas pesquisadas agora estão restringindo viagens para e da Ásia.
É prudente limitar as viagens de negócios dos colaboradores para áreas onde o Covid-19 é mais prevalente – tanto para prevenir doenças quanto para a perda de produtividade devido à quarentena ou exclusão de colaboradores do local de trabalho após a viagem.
As empresas devem acompanhar os Avisos de Saúde de Viagem do CDC e os Conselhos de Viagem do Departamento de Estado para determinar quais viagens de negócios devem ser canceladas ou adiadas. Atualmente, o CDC recomenda que os viajantes evitem todas as viagens não essenciais à China, Coréia do Sul, Itália e Irã.
Os colaboradores devem ter cuidado especial para não viajar se não se sentirem bem, pois podem enfrentar quarentena ao retornem se tiverem febre, mesmo sem risco significativo de infecção pelo coronavírus.
Já vimos relatórios dispersos de conferências e reuniões pessoais canceladas, especialmente aquelas com participantes internacionais, e esperamos mais nos próximos meses: 47% dos empregadores em nossa pesquisa disseram que cancelariam conferências planejadas para colaboradores norte-americanos em países selecionados.
Os departamentos de saúde locais emitirão orientações sobre se os eventos devem ser cancelados em uma área específica.
Todos os organizadores da conferência devem fornecer informações sobre como reduzir a chance de infecção (incluindo desencorajar o aperto de mãos) e garantir que instalações adequadas de lavagem das mãos (e/ou desinfetantes para as mãos) estejam facilmente disponíveis.
Sessenta e cinco por cento das empresas pesquisadas que têm colaboradores na China estão treinando supervisores sobre as implicações do Covid-19, enquanto 34% das pessoas com funcionários na América do Norte relatam estar treinando ativamente ou planejando treinar seus supervisores.
Qualquer que seja a forma do treinamento, os supervisores devem ter acesso imediato a informações apropriadas (como controle de infecções e políticas da empresa) e devem saber com quem entrar em contato na empresa para relatar exposições.
Os supervisores ou outras pessoas designadas na empresa devem notificar imediatamente as autoridades locais de saúde pública sobre qualquer suspeita de exposição.
Uma pesquisa na web por “departamento de saúde local” e código postal ou nome da cidade ou município geralmente gera informações de contato precisas. Nos EUA, os supervisores também podem entrar em contato com o CDC no número 800-232-4636 com perguntas sobre o coronavírus.
O planejamento diligente para emergências globais de saúde pode ajudar a proteger trabalhadores, clientes e negócios. Mas os planos só são bons se sua execução também for. As empresas devem usar a situação atual para otimizar e testar seus planos de batalha.
Independentemente de o Covid-19 se tornar uma pandemia total, esses recursos serão inestimáveis, pois o surgimento de uma pandemia global, causada por esse coronavírus ou outro agente no futuro, não é uma questão de “se”, mas “quando”.
Fonte: https://hbr.org/2020/03/8-questions-employers-should-ask-about-coronavirus
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