Charles W. Eliot, que foi presidente da Universidade de Harvard por um recorde de 40 anos, traçou um roteiro para a educação em seu trabalho, The New Education. Escrito em 1869, defendia a atualização contínua de como e o que os alunos aprendem, para que a educação pudesse evoluir em sintonia com a sociedade. Essa abordagem permanece relevante ainda hoje, 150 anos depois.
Os educadores de hoje precisam repensar o ensino superior para um mundo que está sendo transformado pela tecnologia. Como Farnam Jahanian, presidente da Universidade Carnegie Mellon, observou recentemente: “O ritmo sem precedentes das mudanças sociais torna a necessidade de reforma mais urgente. Há uma grande pressão no ensino superior como motor do progresso em uma economia baseada no conhecimento.”
A tecnologia está transformando empregos e habilidades mais rapidamente do que as organizações ou pessoas podem se adaptar. O Global Skills Index 2019 da Coursera descobriu que dois terços da população mundial está ficando para trás em habilidades críticas. Pesquisas do Fórum Econômico Mundial sugerem que as habilidades essenciais necessárias para desempenhar a maioria das funções mudarão em média 42% até 2022.
Nesse nível de ruptura, as empresas estão se esforçando para identificar e adquirir as habilidades necessárias para se manterem competitivas. A disponibilidade das principais competências é agora uma das três principais ameaças de negócios para CEO’s em todo o mundo, de acordo com uma pesquisa recente da PwC.
Como guardiões do conhecimento e administradores do capital humano, as universidades têm um papel importante na preparação de uma força de trabalho global qualificada.
Isso exigirá um mindset (mentalidade) orientado ao ecossistema, ofertando opções online para ampliar o alcance e estabelecer parcerias com outras universidades e provedores de conteúdo. Para isso, será necessário um investimento muito maior do que os 3% do gasto total atualmente alocado em tecnologia no setor educacional.
Assim como as indústrias, as universidades precisarão de soluções digitais para solucionar os grandes problemas do ensino superior.
Aqui estão algumas delas:
Ao aproveitar as tecnologias emergentes, as universidades podem ir além dos muros do campus para capacitar diversos alunos em escala global.
Começa com a adoção do online-learning, que oferece flexibilidade e acessibilidade que aumentam o acesso aos currículos da universidade e permite que os alunos se envolvam em pequenos pedaços de aprendizado antes de se comprometerem com programas de graduação maiores.
Formatos baseados em tecnologia, como experiências otimizadas para dispositivos móveis, encontram o aluno onde estão, permitindo transições mais imperceptíveis para quem entra em um novo ambiente de aprendizado ou retoma de onde parou.
Em um nível mais avançado, adotar a aprendizagem adaptativa baseada na IA permitirá que as universidades personalizem a educação para milhões para obter resultados mais efetivos.
As universidades já obtiveram resultados imediatos e poderosos de programas de graduação online. Os principais programas de MBA, como o Mestrado Global em Administração de Empresas da Universidade Macquarie, Universidade de Illinois em Urbana Champaign iMBA, o MBA Online da Kelley School of Business e o MBA online da Carnegie Mellon University (Tepper), em particular, adotaram o aprendizado online para aumentar a acessibilidade para profissionais.
Esses programas também oferecem aprendizado empilhável, como um pequeno conjunto de cursos online, que permitem que os alunos preencham lacunas de competências específicas ou adicionem habilidades específicas para atingir objetivos imediatos na carreira.
Ao adotar a tecnologia em suas diversas formas, as universidades poderão oferecer acesso transformador a milhões mais globalmente. Mas esse não é o único prêmio.
Por meio de compromissos mais profundos e parcerias com a indústria local em todo o mundo, as melhores faculdades poderão criar um ciclo virtuoso que avança a pesquisa e o pensamento colaborativo para solucionar alguns dos desafios mais urgentes que enfrentamos atualmente.
Será necessária uma comunidade global trabalhando em conjunto para ampliar o acesso ao ensino superior. As universidades podem ser o centro dessa revolução usando a tecnologia para unir forças e criar um ecossistema de aprendizado compartilhado, complementando seu próprio currículo com os melhores cursos de outras instituições.
No ano passado, a Tec de Monterrey no México, a Universidad de los Andes na Colômbia e a Pontificia Universidad Católica do Chile se uniram para La Tríada – uma colaboração inédita que permite que seus 150.000 alunos combinados compartilhem o acesso a 100 cursos on-line disponível nas três instituições.
As vantagens potenciais vão além dos currículos compartilhados. As universidades também poderiam reunir recursos para lançar um sistema comum de crédito ou notas, criar espaços virtuais de aprendizagem colaborativa ou combinar ideias de uma rede maior para definir a direção dos programas.
A colaboração orientada pela tecnologia também ajudará a aliviar a escassez de professores afetando as instituições em todo o mundo.
No início deste ano, o Inside Higher Ed relatou uma escassez nacional de professores de ciência da computação, descrevendo-a como “uma história de oferta e demanda, mas com esteroides”. Na Índia, a escassez de professores está impedindo o impacto das principais instituições – The Indian Institute of Technology , uma instituição líder em tecnologia, tem um déficit de 35% no corpo docente.
Os ecossistemas digitalizados podem conectar perfeitamente especialistas em conteúdo da academia ou da indústria para oferecer programas de aprendizado personalizados para estudantes em qualquer lugar do mundo. As universidades seriam capazes de alavancar as melhores mentes do setor ou abrir as portas para o intercâmbio online de professores entre instituições.
Os ecossistemas tecnológicos também aceleram a pesquisa entre as universidades. Por exemplo, o Quartolio, uma plataforma de pesquisa baseada em IA, está ajudando pesquisadores de universidades como Berkeley, MIT e Stanford a conectar os pontos e descobrir insights interdisciplinares em suas áreas de pesquisa.
A história entrelaçada de Stanford e do Vale do Silício exemplifica o que é possível quando a indústria e a academia se reúnem.
De acordo com um relatório do PitchBook, Stanford teve o maior número de empresários – 1.178 – em um programa de graduação em todo o mundo em 2018 (com 1.015 empresas e US $ 28,84 bilhões em capital levantado).
Como as demandas de competências no local de trabalho continuam a evoluir rapidamente, precisamos de uma maior interdependência da indústria e da universidade.
Instituições como a Mines ParisTech estão liderando o caminho com fortes laços com as empresas e mais de 100 grandes parceiros industriais. Além da combinação de pesquisa, os cursos incluem estágios e projetos de estudo com empresas parceiras.
À medida que a escassez de talentos cresce em todo o mundo, instituições e empresas devem traçar parcerias que equipam os alunos com habilidades para o mercado de trabalho.
Um exemplo de destaque é o alinhamento do certificado profissional de suporte de TI do Google com 25 faculdades comunitárias nos EUA para oferecer o programa de treinamento em TI como parte de seu currículo.
Com mais de 215.000 funções de suporte de TI abertas, essa colaboração aborda uma grande escassez de habilidades. O Google fecha o ciclo conectando os alunos do programa aos principais empregadores que contratam para trabalhos de suporte de TI, entre eles Walmart e Bank of America.
Ampliando o impacto, a Universidade de Londres e a Northeastern University também oferecem crédito para um bacharelado online para alunos que concluem o programa.
A missão das instituições de ensino superior está mudando em conjunto com o local de trabalho, sendo o alcance, o impacto e a relevância mais importantes do que nunca.
As universidades estão sendo convocadas a atender alunos mais diversos em grande escala. Elas precisam criar credenciais que chamem a atenção dos empregadores, que estão cada vez mais focados nas habilidades que em diplomas tradicionais. Elas precisam criar caminhos mais curtos para novas competências.
E, juntamente com o conhecimento fundamental, as universidades precisam oferecer a flexibilidade para que os alunos aprimorem suas qualificações ao longo da carreira, pois o lifelong learning (aprendizado ao longo da vida) é o único caminho para o futuro.
A tecnologia será o elo dessa mudança, revolucionando o que conhecemos como educação superior.
Fonte: https://hbr.org/2019/10/where-online-learning-goes-next
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